Coisas que você vai encontrar no Chile

Pensei que nunca mais na minha vida fosse tomar refrigerante Crush, mas no Chile ainda existe e é fácil de encontrar. Fiquei até emociado de sentir novamente aquele sabor da infância...

As Nuvens do Osorno

Após nosso primeiro dia em Puerto Varas, quando o tempo estava um pouco nublado e aproveitamos para passear pela cidade. Tínhamos a esperança (diria ilusão) de que no outro dia poderíamos, com o sol reestabelecido, ver e visitar o Osorno e outros atrativos da região. Um grande engano, o dia amanheceu fechado, com chuva e assim permaneceu pelos dias seguintes.

Havíamos alugado um carro por dois dias para facilitar a locomoção na região. Mesmo com o tempo ruim, saímos em direção aos Saltos de Petrouhé e a Laguna de Todos os Santos.

As estradas locais são perfeitas, de dar inveja aos brasileiros, e margeiam o lago Llanguehe. Fomos apreciando a vista e as pequenas praias à margem do lago. Chegamos em Petrohué com facilidade e aproveitamos que o não estava chuvendo para ir logo conhecer as cachoeiras. Elas são formadas por caminhos deixados pelas larvas do Osorso e a vasante do Lago de Todos os Santos. Realmente, impressionam pela cor verde esmeralda das águas e a vista ao fundo do Osorno. O local é belíssimo.



Um pouco na frente, cerca de 15 quilometros, fica o local onde se pega os barcos para visitar o Lago de Todos os Santos, ou Lago Esmeralda, pela cor esverdeada de suas águas. Ao chegar ao local, o tempo estava tão feio que desistimos de fazer o passeio de barco. Até esperamos um pouco no carro, para ver se o tempo abria, mas vimos que isso não iria acontecer. Foi nossa maior frustração na viagem. Foi um dos passeios mais planejados, havíamos até colocado uma foto do lago no desktop do computador em casa...

Na volta, ainda subimos o Osorno de carro até a base (2.200 metros) onde se pega o teleférico, e se tem uma vista linda da região, mas lá em cima só conseguimos ver as nuvens que encobriam tudo.

O Clima no Sul do Chile

Antes de decidirmos vir ao sul do Chile pesquisamos sobre o clima. A previsão da metereologia era de chuva, mas fevereiro era apontado com um dos meses em que menos chovia.

Alguns relatos falavam que não chove por aqui apenas 60 dias por ano, mas ao chegar em Puerto Varas descobrimos que na verdade chove 367 dias todo ano, como disse um morador daqui. Pode chover menos, mas chove todo dia. Acredite nisso.

Mapuche

O Chile só conseguiu unificar o seu território tal como conhecemos hoje no final do século XIX, antes disso, dividiam ele com o povo Mapuche.

Pucón é hoje um dos locais onde mais se encontram referências à cultura e aos costumes mapuche. Tentamos conhecer um pouco mais sobre eles na passagem por lá, mas ficamos um pouco decepcionados.

No primeiro dia fomos numa feira "costumbrista", onde há alguns restaurantes e uma casa tradicional da moradia mapuche. Sinceramente, saímos um pouco deprimidos com o clima decadente do local, que parece mais um caça-turista.

No último dia em Pucón, fomos conhecer o Museu Mapuche. Gostamos, mas ele é pequeno e escondido, fica abaixo de um hotel e uma loja de artesanatos e parece que é mantido por ele.

O que mais impressionou foi o calendário mapuche, no qual o ano tem 13 meses de 28 dias e uma representação muito interessante do ciclo da lua.



Os últimos governos chilenos iniciaram esforços para dar mais dignidade aos mapuche, introduzindo o ensino da língua em algumas escolas comunitárias e incentivando o resgate de suas tradições. Por exemplo, o letreiro do posto de Registro Civil e Identificação de Pucón está escrito em espanhol e na língua tradicional mapuche.



Mas a imagem que me parece mais verdadeira da realidade atual do povo Mapuche é essa foto que tiramos na beira do lago Villarica, onde tem um pontal com duas estátuas simbolizando os Mapuche. No dia que fomos ao local, havia um senhor de idade, em plema manhã, bêbado e maltrapilho.

Lago Llanquihue

Relaxamos na tentativa de manter o blog atualizado. Só conseguiremos fazer relatos mais detalhados no retorno ao Brasil. O tempo é curto e a região dos lagos no Chile tem muitos atrativos.

Hoje madrugamos em Pucón para pegar o ônibus às 6:40 para Puerto Varas. Pela primeira vez, realmente sentimos frio... o tempo havia fechado durante à noite e chuveu muito em Pucón.

Pensamos que estavamos com sorte, pois havíamos deixado a chuva em Pucón e nosso destino agora era Puerto Varas e o lago de nome impronunciável, mas aqui em Puerto Varas o tempo também está chuvoso.

Chegamos e por volta do meio dia já estavamos instalados no nosso hostal. Nosso meio-quarto tem uma vista linda para as nuvens e para a cidade, mas é tão apertadinho que pedimos para mudar para outro amanhã.



Saímos e como estavamos com muita fome, seguimos a orientação para irmos num restaurante de um brasileiro, chamado Las Buenas Brazas. Apesar de ser um pouco mais caro que estamos pagando normalmente, valeu pelo delicioso prato de frutos do mar do pacífico.



Demos uma volta pela cidade, que pequena e acolhedora. Tem uma estrutura turística bem razoável e uma vista linda para o vulcão Osorno, mas ele hoje esteve o dia todo encoberto por nuvens.





Conhecemos uma família chilena, que fez a gentileza de tirar uma foto nossa juntos. Coincidentemente, o senhor, que é pastor, conheceu o Brasil. Foi de ônibus de Santiago até Anápolis (!!!) em Goiás para celebrar o casamento de um amigo que casou com uma brasileira. Uma verdadeira prova de amizade.

Coisas que você encontrará no Chile...

Tão certo quanto encontrar uma rua ou avenida Getúlio Vargas no Brasil, menos em Brasília, é encontrar um logradouro denominado Bernardo O'Higgins nas cidades chilenas.

O sujeito é o "libertador" ou o "pai da pátria" chileno.

Villarica - O importante é voltar!

Acabamos de voltar do passeio ao Villarica. Foi nota 10, mas ficamos na metade de caminho, apenas 3 pessoas do nosso grupo chegaram até o final. É muito puxado, tem que se preparar antes, mas valeu de mais o passeio.